segunda-feira, 10 de março de 2014

Tudo de mim

Para o Dia da Poesia  14 de março . YL


E você não me deixa livre, embora seu princípio seja a liberdade. As palavras, as próprias que me manda gritar, podem ferir e as que falam de amor podem assustar. E eu amasso e macero minhas dores e alegrias como se pisa na uva, a mesma do vinho, que saúda e traz saudade, que despe o corpo, acalenta o espírito e filtra meus sonhos, e meu riso solto é preso na dança da brincadeira de acreditar por querer ser feliz. 
E você não me deixa, sou serva que sinto logo sua presença, você poesia, que queima a garganta quando necessito explodir e da minha boca nada sai, só escrevendo consigo voar, e assim me quebro e lhe remonto, pois somos um, e das lágrimas também sou pranto de alegria.

E vem você me desafiar com a mesma força, porque todos os dias são seus, poesia. Talvez por me despir a alma, ouvir meus choros, sorrisos, gargalhadas soltas. 
Guarda meus segredos mais secretos e joga no papel e me expõe. Sua cumplicidade tão necessária e fajuta, preciso que você não fuja de mim. 
Você é poesia, é papel , é pena que desliza pelo meu corpo,entre os dedos como corrente de energia que exorciza meus maus, que me traz todos os bens . 
Se sou forte você se enfraquece, se sou frágil você se agiganta e me faz rasgar a máscara, a roupa ,a capa porque a poesia me quer e nela tudo de mim. YL

(Calmaria)
Ivan Lins
Tens no meu sorriso tua agonia
Tens a festa, tens a dança, tens a cantoria
Tens no meu amor tua teimosia
Tens no meu silêncio tua garantia
Tens na rua a graça e o beijo, tens a fantasia
Tens na mão a faca e o queijo, tens a noite e o dia
Tens na minha ausência tua companhia
Tens a fama, tens a lama, tens a ironia
Tens na minha dor tua melodia
Tens na minha sombra tua moradia
Tens no quarto um cão vigia, tens a valentia
Mas só na minha morte então terás tua calmaria
Tens no quarto um cão vigia, tens a valentia
Mas só na minha morte então terás tua calmaria



10 comentários:

  1. Reverbera agora
    pelas linhas marcadas,
    a poesia que em vc mora
    e no sentir se repara.
    Esta irmã geminada
    que lhe fala e cala
    traduz e confunde
    revela e mascara;
    acima de tudo
    declara!
    Ave poetisa.

    Bjos, Yasmine.
    Calu

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  2. Que lindo . Hoje coloquei uma poesia sua no face- Identidade pelo desafio feito pela Luma.

    Quisera ter nas palavras
    a poesia que a alma inspira
    Romper e terminar os dias
    Nas rodas de poesias.
    bjs, queirda

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  3. Que beleza de inspiração,Yasmine! Noooooooossa, te superaste! ADOREI! beijos,tudo de bom e parabéns! chica

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  4. ....a febre da rima
    que arde
    e se abre.

    lindo.li e reli.

    [respondi agorinha o email. tinha sido
    capturado pelo spam]


    beij0

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  5. Primeiro, vou retribuir o gentil cumprimento, posto que justo: Obrigada, amiga 'gata', 'gatona' e 'gatérrima'-rsrs

    Lindo texto poético. Uma bela homenagem à poesia. Final apoteótico.

    Não sou fã do Ivan Lins, mas ouvi a música com gosto. A letra deu uma bela casada com o sentido de suas palavras.

    Queridona,
    Para minha postagem anterior (Nasci no Carnaval) peguei emprestado de seu blog a imagem com as palavras do Dom Hélder Câmara, mas citei a procedência, viu?

    Beijosssssssssss.

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  6. Claro que reli umas três vezes e nelas me embrenhei nas belíssimas definições desta senhora que me encanta e disseca meus eus.Lindo demais Yasmine. Esta é mais uma daquelas que o Criador vem e põe sua mãos sobre a mão escrevente e diz, faz-se poesia.
    Papai está a aplaudir com as mãos de Isolda.
    Amei.
    Um abração menina e bela semana.
    Beijo de paz e luz.

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  7. Yasmine, sua linda, você e alguns poetinhas dessa rede da blogosfera, enchem meu dia de romantismo e encantamento, que beleza de texto poético!
    um grande abraço carioca


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  8. Já havia estado por aqui, mas parece que meu comentário não apareceu; Lindo seu texto. Viva a poesia.
    bjs

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  9. Já havia estado por aqui, mas parece que meu comentário não apareceu; Lindo seu texto. Viva a poesia.
    bjs

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  10. Olá, querida Yasmine
    Nosso eu se materializa em palavras, muitas vezes, inexpressivas e, outras tantas, dissencantes das nossas entranhas...
    Parabéns, poeta!!!
    Bjm fraterno e quaresmal

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Amor e Paz

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