Respeito quem ignora e faz de conta que nada aconteceu,mas aqui deixo o registro de um dia histórico na minha cidade . Quem quiser fale o que quiser ,mas aqui eu falo o que sinto e o que vi , sou livre "$" , e nessa hora é bom demais não dever a ninguém politicamente. Não tem preço a sensação, por isto nada tenho e é MUITO BOM !!!.YL
P.S: Devido aos comentários e opiniões diversas, minha opinião é pessoal diante dos fatos , sou contra a violência e a baderna , não justificam, pelo contrário agride também o foco da questão , do manisfesto . É claro e notório o caos no país , só que agora a classe mais atingida foi a média , os ricos continuam mais ricos e a pobreza ,pouco sente pois já vive numa situação de "acomodação " com essas "bolsas" etc. O que é claro também e é preciso ficar atento ; o país está esgotado de assistir a impunidade, a hipocrisia e ouvir de muitos políticos que não existe inflação. Aqui no meu estado RN , se vive uma tremenda crise na saúde, na segurança pública, e educação, e o pior é que não há uma oposição de peso, daqueles que deveriam reclamar por nós,não sendo injusta existe dois ou três deputados que botam a boca no trombone, o que causa um espanto silencioso na população, mas hoje nem tanto. Que fique bem claro que tem que acontecer algo ,gritos de protesto, reclamações,sem violência,sem ignorância, E QUE NESSE MOMENTO NÃO LEVANTEM BANDEIRAS PARTIDÁRIAS EM PROL DE TERCEIRAS INTENÇÕES ELEITOREIRAS . YL
O dia da criança estava chegando,
lá pelo inicio dos anos 80. O regime militar já não tinha os gritos tão fortes,
mas estavam na espreita sempre, e a democracia em gestação natural, crescia
pelos cantos dos muros, pelas vontades contidas depois de tanto sofrimento e dor.
Era lógico que a nossa situação
financeira era péssima, meu pai tentando um emprego, depois de um longo periodo
entre torturas e exílio político, trabalhando em um jornal de esquerda,
dinheiro minguado, contado. Aluguel, comida, escola e ponto, tudo medido. Eu e
meu irmão mais velho apesar de pequenos, entendíamos a situação, lembro
claramente que tínhamos desejos como qualquer criança, mas a boca não
reclamava, não havia histérismos.
Nessa época morávamos em Recife,
e já comecei a conhecer a saudade. Longe da família, dos primos, do aconchego
da casa da minha avó. Uma tarde, minha mãe falou que tinha sobrado da feira algum
dinheiro, era pouco, mas eu e meu irmão poderíamos escolher um presente. Minha
memória de elefante me permite enxergar a cena: a loja de departamento infantil
lotada dos brinquedos mais lindos, bonecas, carros etc. E nós dois andando
pelos corredores sem ter o que fazer, eu não tive coragem de escolher nada, com
pena do meu pai. Preocupada com a angústia da minha mãe. Crescemos embaixo das
porradas da realidade,sem necessidade de alarmes e dengos. Ficamos sem
presentes, outros anos vieram e melhores, mas tudo sem traumas maiores. E a
vida é assim: dá e toma, envolve e larga. Um tem sorte, outro não, um nasce com
“a cama” pronta, outro tem que batalhar até o prego para fazer a cama. Nunca me revoltei contra eles. Eu aceitava porque era a realidade. Depois, nunca
me imaginei sendo a menina protegida, blindada, a que não pode trabalhar cedo
porque tem que primeiro estudar, coisas normais que a maioria dos pais desejam
para seus filhos. Sofrer cedo demais, nos faz ter uma lucidez absurda, uma
forma de enxergar a vida sem floreios: verdade ou mentira faça sua escolha.Um preço muito alto,doloroso .
Eu sei que era a menina “velha” e
sempre um medo de perder algo me rondava o peito. Perder o carinho, perder a
velha boneca Pêpa, mudar de cidade. Hoje tenho meu filho que me ensina coisas com
seus oito anos e diferente de mim, nasceu no tempo das coisas modernas, e rápidas
. Criar filhos é um exercício difícil, árduo, por isso não quero que ele perca
a candura, que viva a infância como ela tem que ser: colorida, lúdica, apesar
de ser muitas vezes dura com ele, digo a verdade nua e crua. Apesar de tudo, ainda
sonho, viajo em mundos que só eu sei chegar e ser o que quiser (uma infância
esquecida que insiste em acontecer). Uma coisa eu tenho certeza e que me deixa
feliz : ninguém me tirou a ânsia de
amar.YL
P.S: Sempre escuto essa música
linda de Gonzaguinha e sempre me
emociono e hoje fazendo sucesso na abertura da novela das 21hs. Ela me faz viajar no tempo e por isto o texto
.
Que os feras críticos tenham a resposta. Fico aqui batendo cabeça pra entender como o nível das músicas mudam , pouco para melhor. Curtindo a dupla do final dos anos 90 Claudinho e Buchecha , fico mais convencida que o tempo determina o que é bom . Letras inocentes , ritmo envolvente e muita alegria , volto no tempo. Não vou nem escrever sobre os funks atuais e suas letras e coreografias. Pouparei os leitores . E sexta feira chegou . YL
Sou estranha, esquisita. Sou uma
pessoa com defeitos feios, sem condições de acertos para modelar os olhos
alheios. Gosto de querer, gosto de sentir, ter certeza que meus inimigos pagaram
por seus erros como eu paguei pelos meus. Tenho sede de justiça que chega a
doer , a ser uma dor física,coração lateja e acelera e nessa estupidez , eu
choro de indignação. Sou uma pessoa estranha, não gosto de perdoar quem me
feriu com gana, com força na humilhação,não esqueço, quero meus inimigos longe
de mim, não sei conviver com o mal. Sou tão estranha que sinto medo de mim às
vezes, da minha memória terrívelmente detalhista, precisa nos fatos bons e nos ruins,
eles dentro da minha mente e coração tem um peso que me faz ser água e fogo, ao
mesmo tempo .Sou estranha sim, trago comigo saudades imensas, cruéis e não vou
mentir que tenho certa acomodação em não querer fazer exercícios mentais para
diminui-la, mas não fomento, ela chega e deixo ficar, ela é forte como um
tigre, tem um abraço frio, depois ela vai embora, e o interessante é que quanto mais o tempo passa, ela envelhece e eu viro criança, perdida no meio do
escuro querendo colo de alguém, de pai, de tia, de alguém que me amou. Sou o
que sou e não sou igual a ninguém, como não pensar em dinheiro e precisar dele?
Quero e procuro somente o essencial (coisas para meu filho, um vestido bonito
na loja popular, perfume, sapato alto ( tirar em 5 minutos com dor nos pés),
comida, plano de saúde, minha casa. Sou medíocre? Devo ser. Pra mim está tudo ótimo.
Faço tipo? Talvez não, acho que não. O problema é sentir demais, amar demais e
respeitar os sentimentos alheios demais, o excesso é o problema. Sou estranha, esquisita.
Amorosa e ciumenta. Doce e ácida quando tenho que ser, e minha mania de
conversar com Deus é constante, sou tão pretenciosa que acredito que Ele pára
pra me ouvir, enquanto o mundo está o caos, nesse momento em que escrevo rio
sem querer, pois lembrei que nessas conversas, sempre começo pedindo perdão,
uma pessoa que não sabe esquecer quem lhe fez o mal, contradição. Ainda
acredito em poesia, em música que faz chorar e tenho também mania de procurar
canto de passarinho no final de tarde, feito uma pessoa que não tem
preocupação, problemas, sinto inveja dos passarinhos. Sou invejosa? Se for que
seja só dos passarinhos. Tudo muito normal pra mim e esquisito pro mundo torto. YL