Ontem, foi um dia para contemplar o mar , conversar coisas boas com pessoas melhores ainda . Sou apaixonada pela minha terra e principalmente pelas praias daqui .
A praia é Pirangi do Norte (litoral sul) , há 15 minutos de Natal, da varanda da casa do meu cunhado não resisti em registrar a beleza que é o mar natalense .Fiquem com a paisagem e tenham uma semana maravilhosa , com muita paz ,luz e coisas boas.
Conte uma história de amor. Tema da blogagem coletiva dos 3 anos do Cantinho She.Parabéns!!!
NÃO SEI CONTAR HISTÓRIAS DE AMOR
Tema provocativo como o amor ( exceto o amor de mãe, aquele verdadeiro, genuíno). Não conheço histórias de amor todas em cor de rosa. Conheço declarações soltas ao vento, bilhetes rabiscados, rasgados, perfumes evaporados. Desconheço conto de fadas, embora existam títulos de princesas e castelos com mofos empregnados nas paredes e lençois bordados de várias gerações,onde o avesso não se mostrava ,pois havia os nós, os erros e os cortes engolidos pelas noites estranhas . Esposas sorridentes, que jamais trincaram os dentes no ato necessário e presente. Inimigos íntimos. Sempre percebi a sedução enganosa, traiçoeira, previamente humana, a escassez das demências de ilusões mornas, que precedem os soluços de quem se achou inocente ou iludido. Promessas que adoçam a alma, verdades que são segundos de realidade em formato de ação, abraço e ato. Precisaria entrar na casa, no quarto, reconhecer fragmentos de cenas sem maquiagens. A doação forçada , a resignação, a prisão ,todos esses se reconhecem nas capas de revistas, na casa ao lado, naquela rua, naquela foto...
Falo aqui em casais que se esbarram e dentro dos seus quartos se encontram por minutos e o gozo nada mais é do que a matemática da obrigação corporal, sem beijo na boca, mas contínua e acomodada. Nada de pieguices. Tudo de verdade.
O amor real não tem amizade com o tempo, nem com conveniências, entregam-se os corpos e as almas não sabem nada desse mundo aqui, do outro lado do portal. Histórias de amor perfeitas são quadros pintados nas salas de outros. Aquele casal, aquela Estória ou História, não importa. São reais ou imaginárias aos olhos de quem sonha. Daquelas que se manisfestam nos retratos com brilho de montagem. São sorrisos jamais desmanchados, bolos de casamentos nunca saciados, decorados irritatemente corretos, filhos impostos pelo tempo do mundo. Programados como um calendário da jovialidade passageira, dando satisfação a uma sociedade irônica. São registros de “talvez” um amor, certezas de mentiras, dúvidas de alegrias e concreta coleção de bens.
Quero corpos que se procuram, se chocam e se magoam, sentam-se ao amanhecer e tomam um café amargo, pão requentado, beijo na boca viciado,frutos nascidos de um amor florido , espantoso como um arranjo e cacho de jasmim fora do tempo , no tempo certo para quem não enxerga o processo do nascimento querente. Seres humanos, gente normal, ali sim, o amor se aconchega. O amor não tem preconceito. Toda forma de amor merece respeito. Quero invadir a privacidade do muro alto, do exemplo gasto. Quero sentir a verdade nas paredes de cada lugar, com choro ou canto de alegria.
Prefiro defeitos vários, cicatrizes expostas, almas em sincronia até nas dores das palavras ferinas. O amor e a história são amantes, não são amigos. O amor e a história são apaixonados, não são acomodados. Reviram gavetas do tempo, rasgam pensamentos, vivem, gritam , sorriem, agradam se resguardam, se abusam, se arrependem,amam literalmente. Ultrapassam limites, insanos e felizes. Vários atos de amores em um quarto e fatos de total verdade e liberdade de fato.
A platéia quase sempre espera histórias de amores tristes, ou para sempre felizes. Não quero criar mentiras, nem reinventar verdades, quero contar que algum casal se amou tanto que as brigas e reconciliações destroçavam seus espíritos, depois numa reconstrução mística, apenas um olhar, ou cheiro, um silêncio se regeneravam todas as feridas e as mágoas. Vísceras, explosão de dores se acabavam, apenas num ato que ficou vago na sala gigante. Coisas reais, da vida real.
Como se fossem vento e tempestade, fruto e raiz, peito e saudade. Uma história de amor de verdade, sem ponto final. Não sei contar histórias de amor, sei viver ou imaginar, onde os sonhos valem muito mais.
Yasmine Lemos
23/01/2011
NÃO ME ABANDONE Não me abandone, é preciso esquecer, Tudo se pode esquecer que já ficou pra trás. Esquecer o tempo dos mal-entendidos E o tempo perdido a querer saber como Esquecer essas horas que às vezes mata a golpes de por quês, o coração de felicidade. Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone Eu te oferecerei pérolas de chuva vindas de países Onde nunca chove; Eu escavarei a terra mesmo depois da morte, Para cobrir teu corpo com ouro e luzes. Criarei um país onde o amor será rei, Onde o amor será lei e você será a rainha. Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone, eu te Inventarei Palavras absurdas que você compreenderá Te falarei daqueles amantes Que viram de novo seus corações excitados Eu te contarei a história daquele rei, Que morreu porque não pôde te conhecer. Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone, Quantas vezes não se reacendeu o fogo Do antigo vulcão Que julgávamos velho? Até há quem fale de terras queimadas a produzir mais trigo na melhor primavera É quando a tarde cai, para que o céu se inflame o vermelho e o negro não se misturam Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone, Não me abandones, eu não vou mais chorar Não vou mais falar, Me esconderei aqui Só para te ver dançar e sorrir, Para te ouvir cantar e rir. Deixa-me ser a sombra da tua sombra? A sombra da tua mão? A sombra do teu cão? Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone, Não me abandone. Não me abandone.
Quando me calo muitas vezes sinto dores. Se canto, sinto histórias envolvendo meu corpo, arrepios, dança do meu espírito, batidas no chão, passos ciganos , pássaros em rotação . E ele flutua livre ,rebeldia natural . Presente nas histórias, a música. Presente em mim, nenhum ponto final, repetições de frases, angústias e alegrias pedindo bis.
Desmonto o palco na mente, olhando para mim, um corpo obediente.
Do sorteio, recebendo um livro lindo, junto uma cartinha emocionante ao final da leitura.
Alessandra da Cunha Barcelos de Sousa transformou um testemunho de vida em um livro de menina – mulher.
Momentos se coloca na 3ª pessoa , outros se desnuda como se falasse para um auditório lotado.
Uma vida em busca de amor, carinho e aconchego. Quem nunca passou por isso? Sentiu e não admite ou se omite por vergonha?
Da infância cheia de confrontos raciais e a busca pelo esteriótipo perfeito, Alessandra sofria, se degladiava com seu reflexo, embora mostrasse em diversos momentos força bruta para conquistar o respeito dos amigos. Da amiga Lara fazia seu espelho sonhador e ilusório na imagem que sonhara para si, pois não queria enxergar sua beleza.
Entre os conflitos, paixões imaturas, encontraremos no seu desabafo uma sede de Deus, de luz e fé. Sou pouca entendora das escrituras bíblicas, porém a sede de Alessandra lembrou e muito minhas travessias em vários desertos da minha vida.
“ Era inegável a percepção de que Deus tratava com ela de forma diferente da maioria dos outros jovens que conhecia. Ele lhe fazia grandes promessas, mas também lhe permitia lutas e sofrimentos maiores...”
Um livro para ler com o espírito desprovido de preconceitos religiosos, uma leitura sincera, descompromissada com explicações terapêuticas ou mágicas.
É muito mais do que um desabafo, é um chamado para ouvir o silêncio que Deus nos envia nos dias das nossas guerras espirituais,ela ouviu,aceitou e exerce seu compromisso.
Alessandra dá o alerta: - “GUARDA O TEU CORAÇÃO”.
Conselho jamais esquecido e para sempre registrado.
As pedras caladas rolam com vontade de estrearem dores. Solitárias tentam arranhar meu rosto, ferir meus pés. Tropegos de driblarem a palavra silenciosa que precisa de cimento, e pretextos para serem pisadas. Mas se me jogarem pedras , nada farei , percebi que elas precisam dos meus pés, dos meus chutes para se fincarem na terra, que sem água nascem até flores no meio do nada. Pedras não criam raízes e elas cegas não sabem que eu sei.
Mais informativa e com um valoroso rol de colaboradores, a revista Papangu volta a circular em todo o Rio Grande do Norte e poderá ser encontrada a partir desta quinta-feira (13), quando será lançada a edição de número 66, na livraria Siciliano do Midway Mall, às 19h.
Depois de nove meses sem circular, a nova edição da Papangu traz em sua capa a governadora RosalbaCiarlini, a nova Cara do RN, e entrevistas com a deputada federal Fátima Bezerra, do PT, e com a secretária estadual de Cultura, Isaura Rosado.
Sem nunca esquecer que a cultura é seu forte e sempre divulgando os talentos potiguares, a equipe da descontraida publicação foi a Carnaubais, uma pequena cidade grande, e a Cia Bagaça apresenta o seu “Shakespariano”.
O médico Damião Nobre discorre sobre música; Raíldon Lucena escreve sobre cinema; e Carlos de Souza envereda pelos caminhos da literatura em seu “Mundo Livro”. A revista Papangu também estreia a seção “Marmota do Mês”, premiando políticos e celebridades que, como o roedor, não “enxergam um palmo à frente do nariz” e são muito “marmotentos”.
Contos, poesias, crônicas e as grandes tiradas do chargista Brito, ao lado do talento de colaboradores como Affonso Romano de Sant’Anna, José Nêumanne Pinto, Nelson Patriota, Raildon Lucena,Gutemberg Dias, Erasmo Carlos Firmino, o “Tio Colorau”, Cefas Carvalho, Sávio Hackradt, Yasmine Lemos, Luis Fausto e Túlio Ratto esperam por você.
Meus rodopios e sonhos mudaram. Lucidez persistente, apaixonada pelo tempo presente, não me aceita mais sozinha, tem que ter a sua mão, na minha cintura ou no abraço, me acordando para a loucura dos que amam sem cansaço.
Esconde-se dentro de um labirinto a angústia, tormento de um peito cansado.
Mostrar-me feliz quando meu sorriso chora, esquiva-se.
Olhar a lua é mergulhar na chuva que exorciza alma em desconforto.
Porque não posso fazer perguntas, porque não se deve fazer perguntas para quem escreve sobre a fé.
E a lua está sozinha e linda. Eu espero um desfecho para que minha avó descanse. Corpo pequeno e sozinho, alma imensa como a luz da lua.
Recorro a poesia deito e choro, acalanto de ilusão. A palavras não podem fugir de mim, elas precisam ficar, do contrário , não faria sentido um poema que não fosse unguento até para sobreviver .
P.S: Aos amigos agradeço as mensagens de fim de ano.Estou na tensão pelo estado de saúde da minha avó ,por isso a ausência.